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MÓDULO 3: Higiene Básica

Objetivos

  • A importância da higiene diária do doente
  • Vários tipos de higiene
  • Etapas de um banho no leito
  • Riscos a ter em conta na realização da higiene de um doente

Conceitos

A higiene do doente faz parte da sua rotina diária. Apesar da imobilidade e de não haver esforço físico, o corpo continua a produzir secreções que têm de ser eliminadas, sob risco de provocarem irritações e infeções. A higiene deve, por isso, ser realizada mesmo quando a situação do doente é grave e este não se pode levantar, adaptando as técnicas à sua situação.

A higiene é um dos fatores mais importantes para o conforto e para a qualidade de vida do doente proporcionando-lhe, por vezes, uma das maiores sensações de bem-estar do dia.

 

Desenvolvimento

Prestar corretamente a higiene corporal a um doente é uma das principais dificuldades de quem dele cuida. É por isso fundamental conhecer as várias técnicas.

O Banho

Sempre que possível, o banho integral deve ter dado ao doente. O banho é um dos aspetos mais importantes no cuidar da higiene, evita as irritações de pele e previne o corpo contra o   aparecimento de infeções futuras.

É importante que o cuidador avalie o doente antes de iniciar o banho. Se o movimento do corpo causar dor, pode administrar-se um analgésico permitindo que o doente disfrute do procedimento. Deve também verificar o grau de dependência do doente, tendo em conta a sua segurança. A melhor opção é sempre o banho de chuveiro, deixando o banho no leito apenas para os doentes impossibilitados de sair da cama.  

É importante que o cuidador auxilie o doente apenas o necessário, estimulando ao máximo a sua participação.

No caso de a higiene ser realizada no leito é essencial colocar um plástico para não molhar o colchão. Há instituições que dispõem de uma cama banheira que torna o processo muito mais simples, sendo, no entanto, necessário fazer a transferência do doente.

camabanheira

Fig1: Cama banheira

 

A limpeza dos ouvidos é feita através da fricção externa com uma compressa ou com gaze humedecida.

A higiene oral é uma parte fundamental nos cuidados de higiene, previne infeções, cáries e aftas, elimina restos de alimentos e microrganismos, estimula a circulação do sangue e evita o mau hálito.  

Idealmente deve ser realizada ao acordar pela manhã, após as refeições e antes de dormir, tenha o doente dentes naturais ou placa e   mesmo que não se alimente pela boca (use sonda).    

Para a higiene oral deve ser utilizada escova de dentes ou espátula com ponta de esponja (pode ser substituído por uma espátula com gaze na ponta) com pasta dentífrica ou elixir, fita dentária e no final do processo hidratante de lábios. Para além dos dentes (no caso de prótese removível, a higienização é realizada no exterior), a higiene oral deve contemplar gengiva, palato, bochechas e língua. É importante aproveitar este momento para avaliar a cavidade oral para despistar eventuais situações complicações.

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Fig2: Higiene oral com escova de dentes

 

oral2

Fig 3: Espátulas para higiene oral

 

A higiene íntima deve ser realizada sempre que é efetuada uma mudança de fralda ou quando doente tem necessidade com sabonete líquido, compressa de banho e água morna.

Mudança de fralda

 

 

Passos de um banho no leito

  • Para começar é necessário colocar um plástico para não molhar o colchão da cama e depois colocar o doente junto a si num dos lados da cama. Avaliar a temperatura da água e se for possível, perguntar ao doente se está boa.
  • Começar por molhar o rosto com uma esponja, um pano limpo humedecido ou uma gaze molhada, sem sabonete. Limpar bem o rosto do doente. Em seguida lavar com a esponja húmida evitando que a agua circule para os olhos ou parte interior dos ouvidos e secar com uma toalha macia.
  • Em seguida passar para os braços, barriga e peito. O essencial neste passo, é utilizar um sabonete líquido molhado em agua e começar pelas mãos até as axilas e depois sim, passar para o peito e barriga. Secar o doente e cobrindo a parte superior do tronco para evitar possíveis constipações.
  • Para lavar as pernas utilizamos o mesmo processo que para as mãos, isto é, começar pelos pés com uma esponja molhada e sabão até às coxas e secar o doente com uma toalha macia.
  • Para lavar os genitais deveremos começar pela frente e depois passar para trás colocando, nessa altura, o doente de lado
  • Passar depois para as costas, com outra esponja húmida e sabão e limpar bem esta zona, para evitar restos de urina ou fezes.
  • Por último retirar os lençóis molhados da cama, colocar novos e vestir o doente.

Riscos a ter em conta na realização da higiene de um doente

  • Hipotermia – Devemos por isso evitar que o doente permaneça exposto a baixas temperaturas, por isso todo o processo deve ser feito no máximo em 20 minutos.
  • Infeções – Se possível utilizar materiais de uso individual, preferencialmente produtos descartáveis. Nunca reutilizar a água da bacia que esteja com sujidade de substâncias orgânicas para lavar outra parte do corpo.
  • Dispositivos – é de toda a importância estar atento a cateteres, drenos, sondas e cânulas de intubação para não os remover.
  • Respiração - Se o doente tiver alguma alteração deve ser mobilizado durante o banho sempre do lado contrário ao pulmão que possa estar comprometido.
  • Risco de queda -Conhecer previamente as condições psicomotoras do doente, como agitação, confusão mental, nível de sedação e superfície corpórea. Manter o doente calmo e não realizar movimentos bruscos (atenção a doentes obesos). As camas devem ter travas nas rodas e grades para diminuir o risco de queda.

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